Segunda-feira, 2 de Julho de 2007

CORTES-LEIRIA(5)

Afonso Lopes Vieira
Afonso Lopes Vieira (n. Leiria, 1878 - m. Lisboa, 1946), poeta português.
Concluido o Curso de Direito na Universidade de Coimbra (1894-1900), deslocou-se para Lisboa, na qualidade de redactor da Câmara dos Deputados (1900-1916).
Após esta data, passa a dedicar-se exclusivamente à sua actividade literária de que precocemente dera provas na fase estudantil ao redigir alguns jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante . Com a publicação do livro Para Quê? (1897) marca a sua estreia poética, iniciando um período de intensa actividade literária — Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as “Cenas Infantis” de Shumann (1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) - encerrando a sua actividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927). A obra poética culmina com o inovador e epigonal livro Onde a terra se acaba e o mar começa (1940).
O carácter activo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), um filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face à ideologia salazarista expressa no texto Éclogas de Agora (1935).
Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética.
Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[...] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluído evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos...» (Nova demanda do Graal, 1942: 65).
Actualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, um dos primeiros representantes do Neogarretismo e esteve ligado à corrente conhecida como Renascença Portuguesa.
                                               OBRA
          Para quê? (1898)
* Naufrago-versos lusitanos (1899)
* Auto da Sebenta (1900)
* Elegia da Cabra (1900)
* Meu Adeus (1900)
* Ar Livre (1901)
* O Poeta Saudade (1903)
* Marques - História de um Peregrino (1904)
* Poesias Escolhidas (1905)
* O Encoberto (1908)
* O Pão e as Rosas (1910)
* Gil Vicente-Monólogo do Vaqueiro (1910)
* O Povo e os Poetas Portugueses (1911)
* Rosas Bravas (1911)
* Auto da Barca do Inferno (adaptação) (1911)
* Os Animais Nossos Amigos (1911)
* Canções do Vento e do Sol (1912)
* Bartolomeu Marinheiro (1912)
* Canto Infantil (1913)
* O Soneto dos Tûmulos (1913)
* Inês de Castro na Poesia e na Lenda (1914)
* A Campanha Vicentina (1914)
* A Poesia dos Painéis de S.Vicente (1915)
* Poesias sobre as Cenas de Schumann (1916)
* Autos de Gil Vicente (1917)
* Canções de Saudade e de Amor (1917)
* Ilhas de Bruma (1918)
* Cancioneiro de Coimbra (1920)
* Crisfal (1920)
* Cantos Portugueses (1922)
* Em Demanda do Graal (l922)
* País Lilás, Desterro Azul (1922)
* O Romance de Amadis (1923)
* Da Reintegração dos Primitivos Portugueses (1924)
* Diana (1925)
* Ao Soldado Desconhecido (1925)
* Os Versos de Afonso Lopes Vieira (1928)
* Os Lusíadas (1929)
* O Poema do Cid (tradução) (1930)
* O livro do Amor de João de Deus (1930)
* Fátima (1931)
* Poema da Oratória de Rui Coelho (1931)
* Animais Nossos Amigos (1932)
* Santo António (1932)
* Lírica de Camões (1932)
* Relatório e Contas da Minha Viagem a Angola (1935)
* Églogas de Agora (livro proibido até 25/4/1974) (1937)
* Ao Povo de Lisboa (1938)
* O Conto de Amadis de Portugal (1940)
* Poesias de Francisco Rodrigues Lobo (1940)
* A Paixão de Pedro o Cru (1940)
* Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940)
* O Carácter de Camões (1941)
* Cartas de Soror Mariana (tradução) (1942)
* Nova Demanda do Graal (1947)
* Branca Flor e Frei Malandro (1947)

 

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